Yoga na gravidez

Novembro 26, 2017

Texto de Catarina Mota

O yoga pode ajudar bastante durante a gravidez, mas há  exercícios que devem ser evitados. Veja o que a Catarina aconselha para melhor adaptar a prática a esta nova fase de vida.

 

 

A gravidez é um período muito especial na vida das mulheres, em que elas passam por mudanças drásticas a todos os níveis. É comum as grávidas apresentarem sintomas físicos, tais como: dores nas costas, refluxo gástrico, retenção de líquidos, pernas inchadas, etc.

O yoga pode ajudar bastante e, desde que com autorização médica, poderá ser uma boa opção para si nesta fase. No entanto, há exercícios que devem ser evitados.

 

1 – Extensões intensas da coluna

Extensão da coluna é o movimento em que flectimos o tronco para trás. As extensões de grande amplitude, como Urdhva Dhanurasana, por exemplo, provocam um intenso alongamento do abdómen. Uma vez que, durante a gravidez, o abdómen já é naturalmente bastante esticado, fazer esses movimentos pode aumentar o risco de diástese abdominal (afastamento dos músculos abdominais). Deverá optar por extensões muito suaves.

 

2 – Invertidas

Há quem diga que se pode fazer invertidas durante a gravidez, há quem diga que é melhor não. Outros preferem deixar ao critério da mãe. Se se sentir bem, pode fazê-las mas se for desconfortável é melhor não fazer. Eu estou do lado dos que dizem que é melhor não fazer, especialmente invertidas sobre a cabeça, antebraços ou mãos, uma vez que estas exigem mais equilíbrio e, durante a gravidez, em que o ponto de equilíbrio muda radicalmente, é melhor evitar o risco de queda. Além disso, queremos evitar posições que desviem o fluxo de sangue do bebé, como acontece nas invertidas. Mas, independentemente de acharmos que se pode ou não fazê-las, penso que, numa coisa, estamos todos de acordo: a gravidez não é a melhor altura para desafiar o corpo. A gestação já é desafio suficiente. E depois da gravidez há muito tempo para ficar de cabeça para baixo.

 

3 – Posições deitadas

Posições em que esteja deitada sobre o abdómen, por razões óbvias, devem ser evitadas. Por vezes é mesmo impossível fazê-las. Deitar de barriga para cima pode tornar-se muito desconfortável devido à compressão da veia cava inferior, especialmente nos últimos tempos da gravidez. Para o relaxamento, experimente deitar-se de lado, pousando a cabeça numa almofada e colocando outra entre as coxas para maior estabilidade da bacia.

 

4 – Movimentos que pressionem o abdómen e/ou exijam muita força abdominal

Fortalecer o abdómen continua a ser positivo durante a gravidez, mas deve optar por exercícios leves, que vão ajudar a diminuir as dores da lombar e pélvicas e contribuem também para uma melhor recuperação pós-parto. No entanto, convém fazê-lo com a orientação de um professor experiente, que possa indicar quais os exercícios mais apropriados a cada fase da sua gravidez.

Torções intensas, como parivrtta parsvakonasana, ou mesmo ardha matsyendrasana,  podem também não ser a melhor escolha para esta fase. Deve optar por torções mais simples, que ajudam a aliviar dores nas costas sem comprimiem o abdómen. A torção deverá ser executada com maior incidência no tórax, em vez de torcer muito ao nível do abdómen.

 

5 – Alguns exercícios de respiração

Exercícios de relaxamento e de pranayama são excelentes durante a gravidez. Mas, no que toca à respiração, há alguns exercícios contraindicados, como é o caso do  bhastrika, kapalabhati e retenções prolongadas. A respiração alternada, com ou sem ritmo, é um excelente exercício, assim como a simples respiração completa e respiração abdominal.

 

Durante a gravidez há maior risco de alongar em demasia, porque o corpo produz uma hormona (relaxina) que estimula a flexibilidade do osso público e relaxa as cartilagens em todo o sistema ósseo. Há que movimentar o corpo com consciência, sem exageros. Respire, relaxe. Aproveite as ferramentas do yoga durante a gravidez, essencialmente, para se nutrir. E lembre-se que a gravidez não é tempo para se preocupar com a performance nos asanas. Use o seu tempo de prática para se ligar ao seu bebé. Ele (ou ela) vai estar a praticar também! E a sentir, consigo, todos os benefícios da prática: o corpo que expande e relaxa, o sangue a circular com energia, o espaço que se abre no peito e se enche de gratidão. Viver estes momentos com o seu bebé que tudo sente lá dentro de si vai trazer-lhe, certamente, ferramentas preciosas que o/a ajudarão a crescer saudável e feliz.

 

 

 

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