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Uma receita fora do comum e bonitinha, ideal para dar alguma excitação a uma refeição mais vulgar, como entrada. Ou então como petisco, a acompanhar um vinho fresco, verde ou branco.
O ingrediente central, a jaca, é uma fruta tropical rica em ferro, fibras, cálcio, fósforo e vitaminas, pobre em gorduras e colesterol. Como o interior é carnudo e de sabor suave, este fruto é muito procurado na cozinha vegetariana mais tropical – em Portugal só mesmo enlatado, em lojas como a www.lojavegetariana.pt.
Tal como com o tofu, podemos dar-lhe o sabor que quisermos e aqui optei por um caril a meu gosto, um pouco forte e picante.
Quanto à parte crocante, usei uma das minhas massas favoritas: as folhas de brick, que encontramos nos supermercados mais bem fornecidos, ou grandes superfícies. Esta massa muito fina permite fritar ou assar (eu asso) e mantém o crocante durante mais tempo do que, por exemplo, a massa filo.
1 lata de jaca em conserva
1 colher de sopa do nosso caril favorito
1 cebola pequena e 1 dente de alho picados
óleo de coco ou de azeite q.b.
2 colheres de sopa de polpa de tomate
cerca de 200 ml de água
1 embalagem de folhas de brick
Opcionais: sal, piripiri ou outro picante, coentros picados
Aquecer o forno a 200 Cº.
Retirar o conteúdo da lata, escorrer e desfiar ligeiramente a jaca com um garfo. A jaca já vem cozinhada, o caril é apenas para fazer um pouco de molho – não muito – e dar sabor.
Fazer o estrugido com a cebola e óleo de coco/azeite. Após uns minutos, juntar o caril. Mexer mais um minuto ao lume e adicionar a jaca. Envolver bem e regar com a água e polpa de tomate. Deixar ferver um par de minutos e temperar com sal e piripiri a gosto.
Retirar da embalagem uma folha de brick. Geralmente são circulares, por isso, o mais simples é colocar uma colher de sopa de caril, com o mínimo de molho, no centro do círculo, polvilhar com coentros picados (opcional) e enrolar num cone.
Repete-se até acabar as folhas, colocando cada uma num tabuleiro de forno, forrado a papel vegetal ou idêntico.
Pincelar os cones com óleo/azeite e levar ao forno até estarem louros. Servir quente ou frio, acompanhado de pickles, chutney …
A Ana tem-se dedicado ao jornalismo de viagem. Conta já com publicações em revistas portuguesas e espanholas, publicou também um livro de viagens (Onde os Rios têm Marés) e tem outro em preparação.É nas montanhas e nos desertos que se sente em casa. Com as viagens combina outra das suas paixões: comida vegana e é sobre isso que nos fala neste artigo.
Apesar de estarmos na era da informação e da comunicação, anda aí grande confusão com o que é, ou não, comida vegana.
Cada vez mais restaurantes, supermercados, marcas de comida e programas de cozinha tentam colar-se à palavra vegan ou vegano, às vezes daquela forma caricata de quem se quer juntar a uma moda para apanhar os clientes do nicho – mas sem saber sequer do que se trata. Exemplos: apresentar uma receita como vegan num canal de TV, que afinal leva mel; pregar uma etiqueta VEGAN em pacotes de sal, como se a coisa já não fosse evidente…
Hoje em dia a comida vegan vende-se associada a saúde, fitness, a ginásios que vendem proteína em pó com um grande VEGAN no pacote. A popularidade deve-se à escolha deste tipo de alimentação por atletas de alta competição que desejam melhorar o seu rendimento físico, e traz credibilidade e fama à palavra e ao conceito. A ideia que fica é que vegano é sinónimo imediato de saudável, mas honestamente, não é o caso.
Ou seja: se eu comer um pacote de batata frita ou de qualquer desses aperitivos hiper salgados e carregados de gordura vegetal hidrogenada, estou a comer comida vegana. Saudável? Nem por isso…
Podemos acrescentar doces carregados de açúcar refinado e comidas excessivamente processadas. Veja-se o caso de muitos cereais de pequeno-almoço, que consistem num grão integral descascado, a que se juntou artificialmente muitos dos nutrientes que já existiam na casca (ferro, cálcio, etc.), enquanto se lhe dá uma forma mais atrativa e se junta açúcar, muitas vezes como segundo ingrediente.
Claro que retirando os produtos de origem animal da comida comum, sobretudo carne e laticínios, já se ganha muito a nível de saúde. Mas é bom lembrar que a comida vegan é apenas uma parte de um estilo de vida o mais “descentralizado” possível, onde a preocupação não é a saúde do indivíduo, mas o rasto de destruição natural, sofrimento e exploração que uma só espécie – a humana – está a deixar à nossa volta.
A saudação ao sol – surya namaskar – é uma série de posturas ligadas pela respiração. Pode ser vista como uma forma de adoração ao sol e a tudo o que ele representa ao nível micro e macro cósmico. Na prática de yoga, isso significa que a saudação ao sol desperta os aspectos solares da natureza individual e liberta essa energia vital para o desenvolvimento de uma consciência mais elevada.
Esta sequência é muito versátil, sendo possível fazer várias modificações de modo a torná-la acessível a praticantes de todos os níveis. É uma óptima prática também para quem está a dar os primeiros passos no yoga.
A saudação ao sol é uma excelente forma de forma de prepararmos o corpo para uma prática de yoga e até mesmo para a actividade física em geral. Além de elevar a temperatura corporal, prepara toda a estrutura através de uma série de posições que vão alternando a contracção e descontracção dos músculos e mobilizando as articulações.
Na correria do quotidiano nem sempre é fácil conseguir arranjar tempo para uma prática de yoga completa, mesmo para os mais disciplinados. Regularidade e consistência são essenciais para podermos evoluir e avançar neste caminho. Nesse sentido, a saudação ao sol pode ser uma mais valia, uma vez que é uma prática completa por si só. Tem asana (as posturas), respiração e podemos ainda acrescentar os mantras da saudação ao sol e drishtis, que tornam a prática ainda mais profunda.
Na saudação ao sol fazemos uma grande variedade de movimentos. Ora contraímos, ora alongamos os músculos, ora apoiamos o peso sobre os braços, ora sobre as pernas, movimentamos a coluna para a frente e para trás, ou seja, com uma prática regular, vamos construindo força e flexibilidade, além de recuperarmos a mobilidade natural da coluna e corrigimos desequilíbrios que vamos desenvolvendo ao longo do tempo.
A saudação ao sol é uma sequência de posições ligadas pela respiração. Ao movimentarmos o corpo de uma posição para outra, deixamos que seja a respiração a conduzir o movimento e a servir-nos de guia. Como sabemos, a respiração faz a ponte entre o corpo e a mente. É como uma âncora que mantém a nossa mente no presente, ancorada na prática.
A definição de yoga é união. A união do corpo e da mente, que têm de trabalhar juntos em harmonia para podermos viver de forma equilibrada. A saudação ao sol é uma excelente forma de usarmos o corpo, enquanto mantemos a mente focada e presente.
– massaja profundamente os órgãos internos melhorando o seu funcionamento
– melhora a digestão e a circulação sanguínea
– revigora o sistema nervoso
– aumenta a vitalidade
Muitos podem ainda ter algum cepticismo quanto a aulas de yoga online, questionando se uma prática milenar como o yoga não perderá a sua essência e autenticidade ao ser transportada para um espaço virtual. No entanto, é possível fazê-lo e é o que está a acontecer neste momento um pouco por todo o lado. Neste tempos de recolhimento, em que a maioria de nós está em casa, sem possibilidade de fazer aulas presenciais, praticar online tornou-se a solução.
Enquanto professora, já me perguntaram várias vezes se eu gosto mais de aulas online ou presenciais. Na verdade, ambas têm as suas vantagens. São experiências diferentes e uma não tira vez à outra.
A verdade é que o yoga online tem vindo a ganhar cada vez mais adeptos nos últimos anos.
Não é preciso adaptar-se aos horários das aulas porque é você que gere o seu tempo, escolhendo quando pratica. Quer seja madrugador, ou prefira praticar depois de um dia de trabalho, praticar online dá-lhe total liberdade e flexibilidade de horários.
Desde que tenha acesso à internet, praticar online permite-lhe levar as aulas de yoga e os professores consigo para qualquer lugar. Pode desfrutar da prática no conforto de sua casa, ou ao ar livre se o tempo o permitir. Se é daquelas pessoas que falta muito às aulas porque se ausenta frequentemente em trabalho, por exemplo, fazer aulas online permite-lhe manter a sua prática onde quer que esteja.
Maior conforto a vários níveis:
Praticar yoga online dá-lhe acesso a uma grande variedade de diferentes tipos de aula de acordo com a sua necessidade e vontade do momento. Pode também praticar com professores com os quais não teria hipótese de praticar presencialmente por estarem distantes de si.
Há pessoas que vivem em zonas do país onde a oferta de aulas de yoga presenciais não é abundante, ou é mesmo inexistente. Com o yoga online, desde que haja ligação à internet, deixa de haver esse problema.
É mais acessível também ao nível de valores. Há escolas de yoga para todos os preços, mas as subscrições das aulas online são sempre bastante mais acessíveis, além de que não há taxas de inscrição.
O objectivo deste artigo não é convencer-vos que é mais vantajoso praticar online, mas mostrar, especialmente aos que ainda não se abriram a esta nova experiência, que também tem as suas vantagens. Acima de tudo, as aulas online fazem o yoga chegar a mais pessoas e podem ser um excelente complemento das aulas presenciais, dando apoio a quem quer praticar mais vezes e ganhar a disciplina de manter uma prática regular em casa.
Como sabemos, o sono é uma função de extrema importância para a manutenção da nossa saúde física e mental.
Por isso, da mesma forma que cuidamos da nossa alimentação, por exemplo, como parte de uma vida saudável, devíamos também cuidar da higiene do sono.
Podemos dizer que é um conjunto de práticas e rotinas que ajudam a melhorar a qualidade do sono.
Sabemos que há várias coisas no nosso dia a dia que podem prejudicar o sono, que vão desde a ingestão de alimentos ou bebidas estimulantes, especialmente à noite, até ao facto de estimularmos demasiado a mente antes de dormir, já para não falar do stress e daqueles pensamentos que ficamos a “ruminar” sem parar e que nos tiram o sono.
Segundo Matthew Walker, um dos maiores especialistas mundiais sobre o assunto, “O sono está na base de tudo o que somos física e psicologicamente:
Insónias ou um sono pouco reparador são consequência de algo que temos de mudar nas nossas vidas. Hábitos saudáveis, que nos ajudam a manter o equilíbrio físico e mental, irão reflectir-se em todos os aspectos da nossa vida, incluindo na qualidade do sono.
Diminuir o consumo de substâncias estimulantes, como cafeína, nicotina e álcool especialmente antes de dormir.
Se tem o hábito de fazer uma sesta, o melhor é que seja antes das 15h e que não ultrapasse 30 minutos.
Não vá dormir de barriga cheia, mas também não se deite com fome – evite refeições e alimentos pesados antes de dormir, pois o processo digestivo vai atrapalhar o sono. Escolha alimentos mais leves e de mais fácil digestão para si.
Vá para a cama todos os dias à mesma hora e acorde também sempre à mesma hora. Haverá excepções, é claro. Mas mesmo que se deite mais tarde de vez em quando, procure acordar sempre à mesma hora.
Faça do seu quarto um templo. Evite ver TV no quarto, ou levar telemóvel/tablet/computador para a cama. O seu quarto deve ser um espaço tranquilo e confortável, que o convida ao descanso. Evite também luzes demasiado fortes, já que a luz forte desperta a mente.
Actividade física é essencial para uma vida saudável, mas evite exercícios intensos antes de dormir. Se tem uma vida sedentária, uma pequena caminhada relaxante de 10 ou 15 minutos a seguir ao jantar pode ser uma grande ajuda.
Pratique yoga e meditação regularmente. Contemplar momentos de relaxamento ao longo do dia é essencial. Antes de dormir, uma pequena prática relaxante fará toda a diferença, já que o ajudará a relaxar o corpo e a mente.
A grande maioria das pessoas sofre de dores nas costas em algum momento da sua vida. As causas podem ser várias: má postura no dia a dia, passar muito tempo sentado, excesso de peso, vida sedentária, pegar em pesos de forma incorrecta, tensão acumulada devido ao stress, lesões, problemas de saúde, etc.
A verdade é que, independentemente da causa, as dores nas costas condicionam o dia a dia, mesmo quando não são fortes.
Se passa muito tempo sentado a trabalhar, ou em pé, faça algumas pausas de hora em hora, por exemplo. Inicialmente, se for necessário, use o despertador do telemóvel para se lembrar que está na hora de parar e espreguiçar. Sim, espreguiçar! Já reparou como os nossos animais domésticos se espreguiçam tão frequentemente? Quando estamos parados a trabalhar na mesma posição, o corpo ressente-se. Espreguiçar liberta tensão dos músculos, fazendo com que se movimentem, activando a circulação sanguínea. Aproveite para fazer alguns movimentos com o corpo, como torções, por exemplo.
Tenha atenção à sua postura no dia a dia, especialmente se passa muitas horas do dia sentado. Se passa muito tempo em frente ao computador, por exemplo, evite pendurar a cabeça à frente ou dobrar o corpo para a frente. Sente-se com as costas rectas, os ombros relaxados e encoste-se às costas da cadeira. Experimente colocar uma toalha dobrada ou almofada entre a lombar e as costas da cadeira para maior apoio e mantenha os pés bem apoiados no solo.
Muitas vezes as dores nas costas devem-se à degeneração da coluna por falta de força dos músculos das costas. O exercício físico pode ajudar a manter esses músculos fortes, dando à coluna o suporte de que precisa.
Ter um abdómen tonificado é essencial, especialmente para quem sente dores na região lombar, uma vez que essas dores estão frequentemente relacionadas com má postura, sedentarismo e consequente enfraquecimento da musculatura que deveria dar estabilidade à coluna: a musculatura abdominal.
Com dores, dormimos pior. E quando dormimos mal, as dores pioram. Este é um ciclo vicioso em que muitas pessoas se encontram. Para além de cuidar da sua higiene do sono para poder dormir melhor, tenha também atenção à posição em que dorme (ou pelo menos na posição em que adormece). Tente dormir de lado e coloque uma almofada entre os joelhos para manter numa posição mais correta e evitar esforço. Se gosta de dormir de barriga para cima, coloque uma almofada (ou algo cuja forma se assemelhe a um rolo, como um cobertor enrolado) por baixo dos joelhos. É também importante que o seu colchão seja firme.
Uma prática de yoga que incorpore todos os movimentos que a coluna realiza (torção, flexão, extensão e flexão lateral) ajuda a alongar, fortalecer e reequilibrar os músculos que suportam a coluna. A prática contribui também para uma melhor postura. As posturas (asanas), aliadas às técnicas de respiração, relaxamento e meditação, ajudam a diminuir a tensão física e mental.
Procure profissionais na área da massagem, osteopatia, quiroprática ou acupunctura, por exemplo. Hoje em dia há diversas opções de tratamentos naturais que podem ser muito eficazes para as dores nas costas.
Asana é o nome dado às posturas físicas do yoga. Definir asana como postura é uma definição incompleta e muito redutora de algo que é bem mais profundo. Como tudo no yoga, asana é uma atitude, um estado interior. Asana não é uma simples forma, mas sim o estado interior com que são praticados. O que define os asanas não é a sua forma, o seu aspecto mais visível, mas sim o estado interior com que são praticados. As posturas não são um fim em si mesmas.
A aprendizagem do asana é um processo, como tudo no yoga. Inicialmente, são aprendidos a nível físico. É um patamar importante, não devendo por isso ser apressado. Corresponde à construção dos alicerces, sobre os quais a prática pode ir crescendo. Com o tempo, vamos conseguindo aprofundar a vivência e perceber os aspectos mais subtis do asana.
Na prática do asana a respiração é muitas vezes esquecida. Focamos demasiado na forma, queremos encaixar o corpo à força nas posições e a respiração é “aquela coisa” que por acaso vai acontecendo sem que tenhamos consciência disso. Costumo dizer que “onde há tensão, não há respiração e onde há respiração, não há tensão.” Uma respiração correcta é essencial para mantermos a mente focada e para abrirmos caminho no corpo. Faça da respiração a prioridade.
Não é à força que vai conquistar os asanas. Forçar o corpo, não respeitar os seus limites e ignorar os seus sinais não o fará avançar mais depressa. Muito pelo contrário! Quando o corpo estiver a oferecer resistência, a mostrar-lhe um bloqueio, respeite. Apenas respire e aceite, dando tempo ao corpo para que se vá moldando naturalmente à posição. Lembre-se do primeiro ponto: não tenha pressa. Com o tempo e prática regular, tudo irá ficando mais fácil.
Todo o corpo participa e deve estar activo na execução dos asanas, mas em cada um há zonas que estão a ser mais solicitadas (seja a nível de alongamento, seja a nível de força). Enquanto está numa postura, leve a sua consciência para essas áreas, como se respirasse através delas.
Dificilmente conseguirá executar um asana se não acreditar que é capaz. Temos mais limites mentais que físicos, limites que nos condicionam. Às vezes ainda nem tentamos executar a posição e já a nossa mente nos convenceu de que não conseguimos. Use a sua capacidade de visualizar-se na postura e crie a sensação interna de estar realmente nela. Sinta a posição no seu corpo ainda antes de a realizar e veja-se a executá-la na perfeição. E mais importante, acredite nisso! Mude a sua atitude perante o asana e o asana mudará.
Urdhva mukha svanasana e bhujangasana podem parecer quase a mesma coisa, mas não são. Ambas as posições abrem a parte da frente do corpo e tonificam a parte de trás.
Vou abordar estes pontos individualmente para melhor compreensão, mas estão todos interligados e uns acabam por ser consquência dos outros.
– pernas relaxadas, com rotação externa/interna – nestes asanas, a parte inferior do corpo é a base a partir da qual podemos alongar e expandir o tronco. As pernas devem estar activas evitando rotação interna ou externa. Os pés ficam centrados, ou seja, devemos pressionar o peito dos pés contra o solo e manter os dedos apontados para trás, não para dentro ou para fora.
– abdómen relaxado – se relaxarmos o abdómen, o que é muito comum, acabamos por massacrar a lombar, colocando nela extrema tensão. O abdómen permanece activo e encaixamos a bacia, virando o cóccix para baixo. Desta forma, garantimos que é criado espaço na coluna e reduzimos o esforço da lombar.
– ombros sobem até às orelhas – muitos praticantes penduram-se nos braços, deixando o resto do corpo morto. No fundo, podemos ver este tópico como uma consequência dos anteriores. Falta de estabilidade na posição, o corpo “morto”, e apenas os braços a manterem-no elevado do chão. Para além do mal que podemos fazer à lombar, como já foi visto antes, estamos a colocar também demasiada tensão nos ombros e pescoço.
– pendurar a cabeça para trás – agora imaginemos todo o cenário: a parte inferior do corpo sem firmeza, o abdómen solto deixando o peso cair sobre a lombar, o tronco pendurado nos braços, os ombros subindo até às orelhas e, normalmente, rodando para a frente… juntamos ainda a cabeça completamente pendurada para trás, como um peso morto… e podemos perceber a tensão que colocamos, não só na lombar, mas também na cervical. Em vez de criarmos espaço, estamos a comprimir a coluna. A longo prazo, isso pode trazer problemas.
– levantar a zona púbica – no urdhva mukha svanasana a bacia sai do solo, mas no bhujangasana isso não acontece. Não devemos ter como objectivo subir muito o tronco, ou esticar os braços a todo o custo. Manter os cotovelos um pouco flectidos é a solução.
Chaturanga dandasana foi e ainda é um desafio para mim. É uma posição que exige força de braços e abdómen, o que nunca foi o meu forte. Demorei algum tempo até conseguir construir a força necessária para executar este asana e, mesmo assim, há dias em que estou mais cansada e recorro ao apoio dos joelhos no solo.
Uma das coisas que me ajudou foi perceber melhor o que esta posição exige. A verdade é que, apesar de ser necessária força de braços, chaturanga dandasana tem muito de força abdominal. Para além disso, todo o corpo deve estar activo, o que faz com que se torne mais leve.
Construir a força necessária para este asana irá ajudar com todas as posições de apoio sobre os braços. É um trabalho lento e que exige regularidade, paciência e persistência.
Há dois erros muito comuns aos quais chamo de “mergulho” e “flexão à minhoca”. Foram expressões que me surgiram espontaneamente e que uso por brincadeira nas aulas.
No chaturanga o corpo deve estar recto e os cotovelos flectem até aos 90 graus, ou seja, os ombros não devem descer abaixo da linha dos cotovelos, o que significa que os braços ficam paralelos ao chão.
No entanto, por falta de força, é frequente ver pessoas a fazerem uma espécie de mergulho, em que afundam o peito entre os braços em direcção ao chão, descendo demais, o que faz com que os ombros rodem para a frente, enquanto espremem as costelas com os cotovelos e elevam a bacia.
Se uns afundam o peito, outros afundam a bacia em direcção ao chão e só depois de pousarem a barriga é que dobram os braços e baixam o peito, movimento que baptizei de flexão à minhoca. Neste caso é comum os cotovelos virarem para fora, em vez de ficarem virados para trás junto às costelas.
Adaptarmos a prática ao nosso corpo escolhendo variações mais simples, ou mesmo evitando a execução de algum exercício, não é um sinal de fraqueza, não significa que somos praticantes menos capazes. Muito pelo contrário! Significa que somos inteligentes, que aplicamos o princípio de ahimsa (não violência) na nossa prática e que sabemos que a essência do yoga tem mais a ver com a prática de uma atitude consciente do que com a execução de exercícios complexos.
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