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Bolo de banana simples – vegan

Bolo de banana simples

Receita de Ana Mineiro – Comedores de Paisagem

 

Este é um bolo de banana muito simples de fazer, que, pelos vistos, até tem o dom de agradar a quem não aprecia muito bolo de banana…
É bom no inverno, frente à lareira, ou de verão, acompanhado por uma tisana fria. Como leva três bananas, este é também um doce que garante um bom aporte de magnésio e de potássio, dois elementos que nunca deviam faltar na nossa alimentação.

Como fazer?

Aquecer o forno a 200 graus e untar ou pincelar muito bem com óleo de amendoim (aguenta bem altas temperaturas) uma forma de bolos.

 

Esmagar muito bem com um garfo 3 bananas médias muito maduras.

 

Misturar numa taça 125 gr de farinha com 125 gr de farinha integral e 125 gr de açúcar mascavado. Misturar também 2 colheres de sopa de fermento, raspa de limão e uma pitada de sal.

 

A seguir, abrir uma cova no meio e juntar os húmidos: 100 ml de azeite ou óleo de amendoim, 1 copo e meio de iogurte natural de soja (cerca de 150 ml) e a banana esmagada.

 

Diminuir o forno para 180 graus, deitar a massa na forma e levar a cozer durante cerca de 50 minutos. Experimentar com um palito, antes de retirar do forno.

 

Deixar arrefecer até poder manipular a forma sem se queimar, antes de o desenformar.

 

Pode-se comer morno ou frio, polvilhado com canela, com uma colherada de natas de soja batidas em chantilly e frutos tropicais.… ou simplesmente assim, apreciando o sabor quente da banana.

 

Bom apetite!

 

 

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Um almoço da Pérsia

Um almoço da Pérsia

Receita de Ana Mineiro – Comedores de Paisagem

 

A comida persa tem sabores suaves e mistura sem desculpas frutos secos e sumarentos, raízes, iogurte e flores. Nutritiva para o corpo e para os olhos, só precisa de algumas adaptações para retirar as opções animais e nutrir também a mente.

 

A propósito do Nowruz, a festa zoroastra que no Irão festeja o equinócio da Primavera, fiz uma refeição que é muito comum no Irão: espetadas com pão, arroz, um belo borani (salada cozinhada), e ainda uns bolinhos de tâmaras. Tudo bem saboroso, mas de paladar delicado. As receitas foram simplificadas ao máximo e começamos pelas que se podem/devem fazer no dia anterior: o borani e os bolinhos de tâmaras.

 

Para o borani chogondar:

Para o borani chogondar, que fica bem melhor feito de véspera, precisamos de uma beterraba cozinhada, 1 colher de chá de alho muito picadinho, 2 copos de iogurte de soja sem açúcar, azeite, sal, pimenta preta e menta (de preferência fresca) picada.

 

Pode assar a beterraba no forno embrulhada em papel de alumínio ou cozer a vapor. Deixar arrefecer, descascar e ralar grosseiramente. Misturar com os restantes ingredientes e colocar no frigorífico durante, pelo menos, duas horas. Servir com um fio de azeite e um pouco de menta por cima.

 

Para os bolinhos de tâmaras e nozes:

20 tâmaras sem caroço, um copo de nozes (também pode usar pistáchios ou avelãs), 3 gotas de essência de baunilha ou de limão, açúcar em pó e pistáchios (ambos opcionais).

 

Deixar as tâmaras de molho em água a ferver durante 20 minutos. Entretanto, desfazer as nozes no processador de alimentos e juntar a essência. Juntar as tâmaras e desfazer até obter uma pasta grossa e moldável. Pode rebolar em açúcar em pó e decorar com pistáchios – ou não.

 

Para as espetadas:

Uma embalagem de espetos de madeira ou bambu, uma caixa de tomates cereja, um pacote de seitan (prefira sempre o refrigerado – o de longa duração parece borracha!), uma cabeça de alho. Precisamos ainda de azeite, pimenta preta, 1 limão, coentros e cebolinho (opcional).

 

Contando duas espetadas por pessoa, cortamos o seitan em fatias finas, e as fatias em pedacinhos de tamanho bom para espetar. Colocamos num prato fundo ou travessa e regamos com um pouco de azeite (se tiver um pulverizador, melhor), temperado a gosto com bastante alho picado, sumo de limão e pimenta preta. Deixar a marinar enquanto prepara o resto da refeição. Quando estiver a terminar o arroz, aquecer um grelhador (de fogão ou de forno) e grelhar bem as espetadas, virando por todos os lados.

 

Para o arroz: 

Medir ½ copo de um arroz de grão longo, tipo basmati, por pessoa. Precisamos ainda de 1 ou 2 colheres de sopa de manteiga, 1 colher de chá de sementes de coentros, 1 colher de chá de curcuma (açafrão das Índias), 1 colher de sopa (ou mais) de pinhões, 1 colher de sopa (ou mais) de pistácios descascados, coentros picados a gosto, 1/2 copo de grãos de romã, uma cenoura ralada, sumo de uma laranja.

Cozer o arroz no dobro do volume de água com sal.  Aquecer a manteiga e levar ao lume para saltear as sementes de coentros. Juntar a curcuma e os pinhões. Regar o arroz com esta mistura e mexer ligeiramente (o arroz fica amarelo e branco). Mesmo antes de servir, polvilhar o arroz com os pistácios (verifique se estão bem secos, caso contrário torre-os um pouco numa sertã sem óleo), os coentros frescos picados, a cenoura ralada e os bagos de romã. Regar com um pouco de sumo de laranja e servir.

 

Para o pão naan:

Este pão é um dos favoritos de quem viaja na Ásia, mas a sua origem é mesmo o Irão. Com estes ingredientes podemos fazer 8 naan:

½ copo de água morna, 1 colher de chá de açúcar, 1 pacote de fermipan ou similar, 2 ¼ copos de farinha, ½ copo de iogurte de soja, ½ colher de chá de sal, 1 colher de sopa de óleo.

Misturar os 3 primeiros ingredientes numa tigela e esperar até ficar espumoso (cerca de 10 minutos). Fazer um monte com a farinha, abrir uma cova e deitar lá a mistura de fermento e o iogurte, sal e óleo. Amassar até ficar suave e brilhante, cobrir com um pano e deixar dentro da tigela durante pelo menos uma hora, até duplicar de tamanho. Dividir a massa em 8 bolinhas e estende-las com o rolo da massa. Pôr uma sertã, de preferência de ferro e untada com óleo, a aquecer. Colocar o naan na sertã e virar quando começar a fazer bolhas. Assar dos dois lados e servir quente.

 

Bom apetite!

 

 

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Crocantes de Jaca – uma receita fora do comum

Crocantes de jaca

Uma receita fora do comum e bonitinha, ideal para dar alguma excitação a uma refeição mais vulgar, como entrada. Ou então como petisco, a acompanhar um vinho fresco, verde ou branco.

 

O ingrediente central, a jaca, é uma fruta tropical rica em ferro, fibras, cálcio, fósforo e vitaminas, pobre em gorduras e colesterol. Como o interior é carnudo e de sabor suave, este fruto é muito procurado na cozinha vegetariana mais tropical – em Portugal só mesmo enlatado, em lojas como a www.lojavegetariana.pt.

 

Tal como com o tofu, podemos dar-lhe o sabor que quisermos e aqui optei por um caril a meu gosto, um pouco forte e picante.

 

Quanto à parte crocante, usei uma das minhas massas favoritas: as folhas de brick, que encontramos nos supermercados mais bem fornecidos, ou grandes superfícies. Esta massa muito fina permite fritar ou assar (eu asso) e mantém o crocante durante mais tempo do que, por exemplo, a massa filo.

 

 

Ingredientes:

1 lata de jaca em conserva

1 colher de sopa do nosso caril favorito

1 cebola pequena e 1 dente de alho picados

óleo de coco ou de azeite q.b.

2 colheres de sopa de polpa de tomate

cerca de 200 ml de água

1 embalagem de folhas de brick

Opcionais: sal, piripiri ou outro picante, coentros picados

 

Preparação

Aquecer o forno a 200 Cº.

 

Retirar o conteúdo da lata, escorrer e desfiar ligeiramente a jaca com um garfo. A jaca já vem cozinhada, o caril é apenas para fazer um pouco de molho – não muito – e dar sabor.

 

Fazer o estrugido com a cebola e óleo de coco/azeite. Após uns minutos, juntar o caril. Mexer mais um minuto ao lume e adicionar a jaca. Envolver bem e regar com a água e polpa de tomate. Deixar ferver um par de minutos e temperar com sal e piripiri a gosto.

 

Retirar da embalagem uma folha de brick. Geralmente são circulares, por isso, o mais simples é colocar uma colher de sopa de caril, com o mínimo de molho, no centro do círculo, polvilhar com coentros picados (opcional) e enrolar num cone.

 

Repete-se até acabar as folhas, colocando cada uma num tabuleiro de forno, forrado a papel vegetal ou idêntico.

 

Pincelar os cones com óleo/azeite e levar ao forno até estarem louros. Servir quente ou frio, acompanhado de pickles, chutney …

 

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O que é isso de “comida vegan”?

Texto de Ana Mineiro

A Ana tem-se dedicado ao jornalismo de viagem. Conta já com publicações em revistas portuguesas e espanholas, publicou também um livro de viagens (Onde os Rios têm Marés) e tem outro em preparação.É nas montanhas e nos desertos que se sente em casa. Com as viagens combina outra das suas paixões: comida vegana e é sobre isso que nos fala neste artigo.

 

O que é isso de “comida vegan”?

Apesar de estarmos na era da informação e da comunicação, anda aí grande confusão com o que é, ou não, comida vegana.

 

Cada vez mais restaurantes, supermercados, marcas de comida e programas de cozinha tentam colar-se à palavra vegan ou vegano, às vezes daquela forma caricata de quem se quer juntar a uma moda para apanhar os clientes do nicho – mas sem saber sequer do que se trata. Exemplos: apresentar uma receita como vegan num canal de TV, que afinal leva mel; pregar uma etiqueta VEGAN em pacotes de sal, como se a coisa já não fosse evidente…

 

Hoje em dia a comida vegan vende-se associada a saúde, fitness, a ginásios que vendem proteína em pó com um grande VEGAN no pacote. A popularidade deve-se à escolha deste tipo de alimentação por atletas de alta competição que desejam melhorar o seu rendimento físico, e traz credibilidade e fama à palavra e ao conceito. A ideia que fica é que vegano é sinónimo imediato de saudável, mas honestamente, não é o caso.

 

Comida vegan é tão só e apenas comida sem qualquer produto de origem animal. Ponto.

 

Ou seja: se eu comer um pacote de batata frita ou de qualquer desses aperitivos hiper salgados e carregados de gordura vegetal hidrogenada, estou a comer comida vegana. Saudável? Nem por isso…

 

Podemos acrescentar doces carregados de açúcar refinado e comidas excessivamente processadas. Veja-se o caso de muitos cereais de pequeno-almoço, que consistem num grão integral descascado, a que se juntou artificialmente muitos dos nutrientes que já existiam na casca (ferro, cálcio, etc.), enquanto se lhe dá uma forma mais atrativa e se junta açúcar, muitas vezes como segundo ingrediente.

 

Claro que retirando os produtos de origem animal da comida comum, sobretudo carne e laticínios, já se ganha muito a nível de saúde. Mas é bom lembrar que a comida vegan é apenas uma parte de um estilo de vida o mais “descentralizado” possível, onde a preocupação não é a saúde do indivíduo, mas o rasto de destruição natural, sofrimento e exploração que uma só espécie – a humana – está a deixar à nossa volta.

 

Para um vegano, a saúde é um maravilhoso efeito secundário, que se junta à sensação de paz e consciência tranquila de quem está a fazer o melhor possível por todos.

 

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