O corpo – porta para outra realidade

Novembro 22, 2017

Texto de Catarina Mota

Um texto muito pessoal da Catarina, que partilha connosco um pouco dos seus primeiros anos de prática de yoga.

 

 

Não sou daquelas pessoas que fixam datas e sabem exactamente quando começaram a praticar yoga, por exemplo. Eu sei que comecei algures nos meus dezassete anos, porque foi com essa idade que, pela primeira vez na vida, me inscrevi num ginásio e foi lá que conheci aquele que viria a ser o meu primeiro professor de yoga.

 

Lembro-me que fiz umas aulas em que o yoga, para mim,  não passava de exercício físico. Alongamentos que me custavam imenso a fazer e me levaram a pensar que talvez eu tivesse nascido com as vértebras fundidas umas nas outras, tal era a rigidez...

 

Assim comecei. A praticar uma vez por semana, depois duas...até que acabei por praticar de segunda a sábado.

 

As aulas que eu tinha, na altura, eram extremamente físicas. Aliás, nesses primeiros três anos, aproximadamente, asana era tudo o que fazíamos. Só mais tarde fui apresentada à prática de pranayama, mantra, meditação... No entanto, o que começou por ser uma aula de exercícios físicos diferentes dos que eu fazia no ginásio, acabou por ser muito mais. Comecei a sentir coisas como nenhuma outra actividade me tinha feito sentir. Sem saber muito bem o que me estava a acontecer e, muito menos, como estava a acontecer, eu estava a mudar. E a mudança era cá dentro.

 

Ainda hoje é difícil explicar este processo de transformação interior que o yoga traz à nossa vida. Só sabia que estava diferente. Via a vida de forma diferente. Pensava, sentia e agia de forma diferente.

 

As aulas, por vezes, tinham hora para começar mas não tinham hora para acabar. O meu professor era muito exigente. Era levada ao extremo, forçada a enfrentar e ultrapassar os meus limites.

 

A verdade é que, através do corpo, fui-me apercebendo que existia em mim uma força imensa. E que eu só precisava tomar consciência e aprender a chegar a ela. Foi-se tornando óbvio, também, que essa força não era "física". A força do corpo rapidamente se esgotava com a exigência das práticas. Era algo maior. Mais subtil mas muito mais forte!

 

Quando as aulas acabavam eu estava corada, cabelos desalinhados, toda suada, mas de cabeça e peito bem erguidos, com uma incrível sensação de força. Naqueles momentos, sentia que não havia nada que não conseguisse fazer na vida.

 

Tudo isto começou pelo corpo, a porta para uma outra realidade...

 

Descobri um outro "eu", para além daquele que tinha conhecido e sido até então. Comecei a ver-me com outros olhos. Com os meus olhos! Comecei a ver-me como eu era, não como os outros me tinham convencido que eu era.

 

Yoga. E como poderia a vida continuar a ser a mesma?

 

 

 

Comentários

Adorei e gostava talvez de praticar, mas tenho 63 anos …,a agilidade do meu corpo não é a mesma dos vinte..,,,e sou. Diabética será que ainda vou a tempo de aprender algo sobre o yoga? Muito obrigada

Olá Maria Júlia! Obrigada pelo seu comentário. A idade não é impeditivo para a prática, muito menos o facto de ser diabética. Aliás, essas são até boas razões para introduzir o yoga na sua vida. Nunca é tarde para começar. Haja vontade, que é o principal. Procure as aulas para iniciantes no nosso site e veja a secção de programas, onde encontra um programa para quem quer dar os primeiros passos no yoga. Siga o seu ritmo, repita a mesma aula as vezes que forem necessárias até se sentir à vontade para passar para a aula seguinte. Devagarinho se vai ao longe.

Por favor, deixe aqui os seus comentários

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *


*

Conteúdos exclusivos para ti

Tem acesso a conteúdos exclusivos por um dia, um mês, um ano, tu decides.
Subscreve os nossos planos

VER MAIS

Ganha acesso a conteúdos exclusivos em primeira mão!

AtriaYoga © 2019, Todos os direitos reservados

topo